Localizados no Rio de Janeiro, os rios Guandu e Iguaçu estão entre os mais poluídos do Brasil. As águas do Guandu estão contaminadas por algas venenosas, dejetos orgânicos e lixo industrial descartado pelas indústrias de Queimados. A poluição do Iguaçu deve-se, principalmente, ao desrespeito da população com o meio ambiente, já que a maior parte dos agentes poluidores está nos resíduos domésticos e da poluição industrial.
Em relatório divulgado em 2013, a ONU (Organização das Nações Unidas) atribui o agravamento da poluição nos rios brasileiros à desigualdade social, ausência de educação ambiental e fiscalização mais efetiva das indústrias.
Rio Guandu: população fluminense depende de sua água. Foto: Site Cultura Mix |
O Rio Guandu, por exemplo, é essencial para o estado, pois garante água potável para cerca de 80% da população metropolitana do Rio de Janeiro, após tratamento na Estação do Guandu. Para um tratamento eficiente, a chamada "água bruta" não pode atingir determinados níveis de poluição. Mas, no percurso até a estação de tratamento, o Guandu recebe as águas de outros rios bastante poluídos - como o Paraíba do Sul, o Abel, o dos Poços, o Queimados e córregos de Seropédica. Alguns deles estão cobertos por vegetação flutuante, alimentada pela altíssima concentração de matéria orgânica.
Os areais clandestinos são outro problema. A extração de areia no leito e ao longo das margens do Guandu retira a cobertura vegetal e promove o assoreamento do rio, pois grande parte dos resíduos termina dentro dele. A prática desordenada diminui a vazão da água e aumenta o nível da poluição, além de facilitar enchentes e acúmulo de resíduos que deverão ser retirados durante o tratamento. O resultado de todos esses fatores, mais a ocorrência de verões intensos, como o de 2014/2015, comprometem o volume de água disponível e trazem o risco de graves doenças intestinais.
Bolsão poluente localizado na foz dos rios Iguaçu e Sarapuí,
em Duque de Caxias (RJ). Foto: Mario Moscatelli.
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Porém, um bolsão de 3 milhões de metros quadrados de poluição - na foz do Iguaçu com o Sarapuí, em Duque de Caxias -, coloca em risco populações inteiras. Esse bolsão, composto por lixo, esgoto, lama e óleo, significa sujeira nas águas e ameaça de enchentes e epidemias para os habitantes.
Autor da foto aérea que registra o valão de esgoto e lixo, o ambientalista Mario Moscatelli destaca as consequências de tanta poluição para o meio ambiente, a saúde pública e as condições socioeconômicas. A perda da biodiversidade é tão nefasta que sobrevivem na região somente as espécies que ainda conseguem suportar a degradação provocada pelos seres humanos.
As doenças decorrentes do contato com as águas poluídas vão de micoses a gastroenterites e hepatite. Com a transformação do rio em valões de esgoto, desaparecem diversas atividades econômicas, "do ecoturismo à pesca comercial e artesanal, do esporte de competição ao de lazer", diz o ambientalista.
O crescimento desenfreado das populações locais e a falta de investimento em saneamento da Baía de Guanabara, transformaram as belas e grandes águas "em esgoto a céu aberto", como ressalta o historiador Genesis Torres.
Dentre os fatores criticados pelos estudiosos, encontram-se o sistema de coleta de lixo, realizado por empresas privadas e sem compromisso com a gestão pública; a falta de planejamento e de pessoal qualificado para a gestão de resíduos sólidos; a falta de tratamento dos esgotos residenciais da Baixada Fluminense, que tem mais de 3,5 milhões de habitantes.
Segundo a ex-presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, a situação seria ainda pior se não fosse o Projeto Iguaçu, que retirou, através de dragagens, mais de 5 milhões de metros cúbicos de resíduos poluentes da região, entre 2008 e 2013.
Créditos da pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Guandu
http://odia.ig.com.br/portal/rio/popula%C3%A7%C3%A3o-da-baixada-%C3%A9-amea%C3%A7ada-por-3-milh%C3%B5es-de-metros-de-polui%C3%A7%C3%A3o-1.569638
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